Localizada no sul de Minas Gerais, a cidade de Piranguinho tem grande destaque na produção de um doce muito famoso. Com uma população média de 8.500 pessoas, o lugar é conhecido como a capital do pé de moleque.
Mas há muito mais para você conhecer nesse destino. O município faz parte do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas, que conta com várias cidades históricas perfeitas para um passeio em família. As origens de Piranguinho remontam o final do século XIX, a partir da construção da Estrada de Ferro Sapucaí, quando as terras até então pertencentes à Leocádia de Lourenço começaram a ser povoadas.
A malha ferroviária foi desenvolvida com o intuito de conectar as cidades de Itajubá e Santa Rita do Sapucaí. Ela foi um fator crucial para o surgimento dos primeiros barracos de madeira e casas de pau a pique nesse ponto do trajeto, abrigando os trabalhadores que participaram do projeto.
Em busca do pé do moleque: da tradição à fama
Reza a lenda que a tradição do pé de moleque começou no fogão a lenha de uma humilde família do início do século XX, que vendia o doce nos vagões da ferrovia. As pessoas gostavam tanto que todo mundo queria a chance de se deliciar antes que o trem partisse da estação.
Mas não eram só os vagões que tinham esse privilégio. Muitas barracas coloridas na estrada já existiam para beneficiar viajantes que gostam de parar na estrada para comprar quitutes. Cada cor de lona até hoje é escolhida na representação de algo especial para os empreendedores do quitute de amendoim. Uns escolhem a cor preferida, outros escolhem cores que remetem à infância, à experiências do passado, aos ipês que colorem as rodovias etc.
O melhor é que você pode provar diversos sabores e formatos, porque cada produtor tem a sua própria receita. Desde os ingredientes até o tempo no fogo, a forma de preparo é responsável pelas variações no douramento, consistência e cremosidade.
O pé de moleque se tornou tradição aos poucos, sendo hoje motivo de celebrações em Piranguinho para homenagear o grande chamariz. A Festa do Maior Pé de Moleque do Mundo já virou tradição anual, e 2018 trouxe a 13ª edição, com um doce recorde de mais de 23 metros. Vários produtores ajudam na elaboração da receita, com o produto final sendo cortado e distribuído entre os visitantes do evento.
O ciclo turístico de Piranguinho teve início com a entrada para o Circuito Turístico do Sul de Minas, quando o prefeito enxergou o pé de moleque como potencial para atrair curiosos. A partir daí, a prefeitura passou a investir em capacitação e adequação às normas sanitárias dos empreendimentos, com foco em um bom atendimento e recepção do público.
A produção do doce evoluiu tanto que a venda já não é feita só na cidade, mas exportada para todas as regiões do Brasil. Mas as barracas continuam sendo motivo de atração dos curiosos, que querem saber mais sobre o famoso pé de moleque de Piranguinho.
Desenvolvimento da infraestrutura de Piranguinho
A comunidade que surgiu ampliou a infraestrutura para ser reconhecida como Distrito em 1913. Ela já tinha então uma escola, cemitério, água encanada e luz elétrica, inaugurando naquele ano o primeiro Cartório de Paz.
O próximo passo foi a chegada de uma rodovia apropriada para os moradores, característica marcante de várias cidades mineiras. Em 1954, o novo Distrito foi incluído no desenvolvimento da nova via que uniria Itajubá à Poços de Caldas.
Piranguinho já estava preparada para desenvolver um projeto de agropecuária, iniciado nas décadas seguintes. Com isso, veio o crescimento econômico e o aumento da população, ponto de partida para elevar a região ao status de cidade, em 1963, ano em que se elegeu o primeiro prefeito. O aniversário oficial da cidade aconteceu em 1 de março de 1963, tendo atualmente 55 anos.
Até o início dos anos 1990, Piranguinho ampliou o seu desenvolvimento comercial. Aos poucos se tornou possível encontrar uma variada gama de serviços e estabelecimentos, como farmácias, supermercados, postos de saúde e várias indústrias, entre elas a produção de alimentos, móveis e materiais elétricos.
Até hoje, é possível ver barracas coloridas na BR-459, parte histórica e tradicional de Piranguinho. Vale a pena ressaltar que o poeta Carlos Drummond de Andrade deixou a sua contribuição à cidade, denominando-a como uma “joia rara” em carta durante uma de suas visitas, em meados de 1953.
Mas qual é a origem do nome dessa cidade? Especialistas acreditam que o seu nome venha do tupi Piranguim, que pode significa tanto “Rio Vermelho, o Pequeno” como “riozinho pequeno”. As teorias mencionam também o antagonismo entre um rio pequeno e um rio grande (do tupi Piranguçu) de águas lamacentas.
Pontos de destaque na economia
A economia de Piranguinho tem forte base na agropecuária, pesca e extração vegetal, além do tradicional pé de moleque. O município é um dos grandes produtores desse doce no país, sendo reconhecido como Patrimônio Imaterial do Estado de Minas Gerais pela maneira de fazer essa delícia.
Na agricultura, o destaque é a produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca. Mas também há lavouras de arroz, leguminosas, tomate, banana, café, laranja, maracujá e muito mais. O milharal, por exemplo, ocupa 300 hectares, enquanto a área de cana tem 20 hectares. Na pecuária, a criação de animais é responsável pela produção de produtos como leite, ovos, lã e mel.
Com ares de interior, a produção das iguarias de amendoim é o grande chamariz para a movimentação turística de Piranguinho, ajudando muito a economia da cidade. Não só o pé de moleque, mas doces como a rapadura também fazem bastante sucesso. A produção é responsável por atrair muitos turistas curiosos em provar o gostinho de quero mais: as guloseimas são por justiça conhecidas como as melhores do mundo!
Com a cidade na rota de estradas importantes de Minas Gerais, as viagens de carro são muito comuns. Vale lembrar: quem não possui um veículo, pode recorrer ao aluguel para pegar a estrada. Conheça agora diversas situações em que vale a pena alugar um carro.