A literatura brasileira é muito rica e representa brilhantemente a diversidade cultural do país. O Dia Nacional do Escritor é comemorado no Brasil em 25 de julho, como forma de reverenciar a importância do trabalho do escritor, responsável por registrar e difundir as variadas culturas brasileiras em suas diferentes localidades.
O estado de Minas Gerais, por exemplo, berço de grandes autores que fizeram história no Brasil e no mundo, está vividamente presente nos livros escritos por eles. Continue lendo este artigo e conheça mais sobre alguns escritores mineiros famosos e suas importantes obras!
Guimarães Rosa
João Guimarães Rosa nasceu no dia 27 de junho de 1908, em Cordisburgo, Minas Gerais. A sua maestria com as letras anunciou-se desde a infância, tendo sido um estudioso de línguas desde pequeno — estudou inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, esperanto, russo, latim e grego.
Com apenas 22 anos, formou-se em Medicina. Trabalhou como médico e depois diplomata, mas nunca se afastou de sua relação com a escrita.
Foi um dos principais escritores do modernismo brasileiro. Escreveu contos, novelas e romances, tendo como tema o sertão brasileiro. A característica principal de sua obra é a linguagem inovadora, com termos populares, arcaísmos e neologismos.
Guimarães Rosa nos deixou personagens ilustres, como Riobaldo, Augusto Matraga e Miguilim, em obras cheias de simbolismo e beleza: o romance “Grande Sertão: Veredas”, o livro de novelas “Corpo de Baile”, os livros de contos “Primeiras Estórias” e “Sagarana”, entre outros.
Foi eleito para uma cadeira na Academia Brasileira de Letras em 1963, mas temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a posse por 4 anos. Quando finalmente decidiu tomar posse, em 1967, faleceu 3 dias depois da cerimônia, vítima de ataque cardíaco.
Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, em Sacramento — uma comunidade rural no interior de Minas Gerais —, onde morou até os 16 anos.
Moradora de favela, ela ganhava seu sustento como catadora de papel e escrevia seus livros em cadernos que encontrava no material que recolhia.
Escreveu 8 livros, e alguns deles só foram publicados após a sua morte, em 1977. Na sua obra mais conhecida, “Quarto de despejo”, conta detalhes de sua vida sofrida e as dificuldades para sustentar a si e aos seus 3 filhos. Em “Diário de Bitita”, fala sobre as recordações de sua infância e adolescência, vividas em Minas Gerais.
Carolina toca de forma contundente e sensível em problemas estruturais da sociedade, como desigualdade social e racismo. A sua obra é de extrema importância para a literatura nacional, e tem sido cada vez mais reconhecida.
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade nasceu dia 31 de outubro de 1902 em Itabira, no interior de Minas Gerais. Desde pequeno Drummond demonstrou grande interesse pelas palavras e pela literatura. Formou-se em Farmácia, mas não exerceu a profissão. Foi redator-chefe do Diário de Minas.
Escreveu poesia, prosa e literatura infantil, em uma obra marcada por referências à vida mineira. Itabira está presente em grande parte de sua obra. A cidade hoje abriga um memorial em homenagem ao autor.
Drummond consagrou-se como um dos maiores escritores da literatura brasileira, fazendo parte da segunda geração modernista. Muitos de seus poemas são conhecidos mundialmente. Algumas de suas obras são “Sentimento do mundo”, “A rosa do povo”, “Claro enigma” e “As impurezas do branco”.
Carlos Drummond de Andrade morreu aos 85 anos, no Rio de Janeiro.
Adélia Prado
Adélia Luzia Prado Freitas nasceu no dia 13 de dezembro de 1935, em Divinópolis, uma pequena cidade de Minas Gerais.
Fez o curso de Magistério e, assim que o concluiu, começou a lecionar. Casou-se e teve 5 filhos. Mais tarde, formou-se em Filosofia. Ela exerceu o magistério por 24 anos, até que deixou a carreira de escritora tornar-se sua atividade principal.
A prosa e a poesia de Adélia trazem o retrato do cotidiano no interior mineiro. Ela costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura.
Seu primeiro livro foi publicado por intervenção do poeta Carlos Drummond de Andrade, que enviou os poemas para a Editora Imago por considerá-los “fenomenais”. Os poemas foram publicados em “Bagagem”, seu livro de estreia. Outros livros de destaque são “O Homem da Mão Seca”, “O Coração Disparado”, “Terra de Santa Cruz” e “O Pelicano”.
Adélia ainda mora na pequena Divinópolis, e é considerada por muitos a maior poeta viva do Brasil.
Bernardo Guimarães
Bernardo Guimarães nasceu em Ouro Preto, em 10 de março de 1825. Dos 4 aos 16 anos viveu em Uberaba e Campo Belo, mas antes dos 17 voltou a Ouro Preto. As paisagens das cidades em que viveu foram ricamente descritas em seus romances.
Foi magistrado, jornalista, professor, romancista e poeta, tornando-se um dos grandes nomes do romantismo brasileiro. É o patrono da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.
Era um dos intelectuais da época engajados pela abolição da escravatura e escreveu a sua obra mais famosa, “A escrava Isaura”, inspirado pela causa abolicionista. O romance fez muito sucesso e é muito reconhecido até hoje no Brasil e no mundo.
Outros romances de destaque de Bernardo Guimarães são “O seminarista” e “O ermitão de Muquém”. O autor faleceu em Ouro Preto, em 10 de março de 1884.
Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro nasceu em 26 de outubro de 1922, em Montes Claros. Diplomado em Ciências Sociais e com especialização em Antropologia, foi antropólogo, etnólogo, educador e romancista.
Dedicou sua vida ao estudo e à defesa da vida indígena. Escreveu muitas obras sobre culturas e línguas indígenas do Brasil e sobre antropologia, além de romances como “Maíra” e “Utopia Selvagem”. Ocupou a cadeira nº 11 da Academia Brasileira de Letras.
Além disso, foi o responsável pela criação de muitas instituições. Fundou o Museu do Índio, foi colaborador na criação do Parque Indígena do Xingu e do Memorial da América Latina, criou a Universidade de Brasília, a Biblioteca Pública Estadual do Rio, a Casa França-Brasil, a Casa de Cultura Laura Alvim e o Sambódromo do Rio.
Faleceu em Brasília, em 17 de fevereiro de 1997.
Como você pôde conferir, a cultura de Minas Gerais pode ser conhecida não apenas presencialmente, mas nas palavras impressas nos livros dos importantes escritores que lá nasceram.
É muito válido dedicar o tempo de leitura para conhecer alguns dos clássicos dos escritores mineiros famosos, tanto para apreciar a cultura mineira quanto para conhecer e reverenciar a riqueza da literatura nacional. Por isso, não deixe de aproveitar as maravilhosas experiências oferecidas por um bom livro.
Se quiser saber mais sobre a cultura mineira, confira nosso artigo sobre os museus em Belo Horizonte!