Crédito Imagem Destacada: Priscila Amori – Foto: @instagrafite
O Circuito Urbano de Arte (CURA) é uma exposição de arte urbana realizada desde 2017 e reúne vários artistas com a proposta de colorir as fachadas cinzas de prédios localizados na Região Central de Belo Horizonte, que também é um ponto turístico da cidade. Em 2019, tivemos a terceira edição, que mudou do mirante da Rua Sapucaí (2018), no bairro Floresta, para o bairro da Lagoinha.
Quer saber tudo sobre o festival e entender sua importância para fomentar o circuito artístico de BH? Então é só continuar a leitura deste post, pois trouxemos mais informações sobre as obras, os artistas e tudo o que aconteceu durante as edições dos festivais! Vamos lá?
Quem criou e como surgiu o projeto?
O CURA é o segundo festival de arte urbana do Brasil e foi idealizado por três mulheres: as produtoras Janaína Macruz e Juliana Flores e a artista visual Priscila Amoni. A ideia surgiu com o intuito de colorir as empenas — paredes laterais de concreto de um edifício, que foram feitas para que outros prédios fossem levantados à sua volta.
No entanto, as construções foram proibidas e as empenas ficaram por ali, compondo uma paisagem tediosa e que reforçava o tom cinza da cidade. Incomodados com a falta de cor na região, os artistas urbanos passaram a enxergar aquelas paredes como painéis gigantes — principalmente porque podem ser vistas de diferentes lugares e perspectivas.
Como foi a primeira edição do evento?
Para o primeiro evento, realizado no ano de 2017, escolheram o recorte visual de quatro empenas, com dimensões que chegam a até 37 metros de largura e 50 metros de altura. Todas elas podem ser vistas da Rua Sapucaí, no bairro Floresta, que é um corredor cultural muito importante da capital mineira.
O projeto foi apoiado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Pelo fato de os prédios estarem localizados em áreas tombadas pelo Patrimônio Cultural, o Conselho Deliberativo solicitou que os artistas façam a manutenção das pinturas a fim de evitar sua deterioração pelos efeitos do clima e do passar do tempo.
Quais foram os artistas responsáveis pelas primeiras obras?
O primeiro evento contou com a presença de dois belo-horizontinos: Thiago Mazza e Priscila Amoni, além dos cearenses Tereza Dequinta e Robézio Marqs (a dupla Acidum Project de Fortaleza) e da espanhola Marina Capdevilla. Os artistas, especializados em grafite, tiveram o maior desafio de suas carreiras até então: realizar o trabalho nas empenas ao longo dos 12 dias em que o festival aconteceu.
Vejamos agora a quem pertence cada um dos gigantescos murais grafitados e onde estão localizados:
Todos eles receberam o apoio de uma equipe especializada em trabalhos em altura, que foi coordenada por uma mulher, Anne Salvi. Vale ressaltar que a idealizadora do projeto, Janaína Macruz, fez questão de fortalecer a presença feminina no evento — principalmente por este ser em um cenário comumente dominado por homens.
Observando o trabalho final do projeto (uma mulher com um turbante, uma raposa e um galo — figuras humanas comuns e carnavalescas), podemos perceber uma conversa entre linguagens e técnicas. Segundo Macruz, a pintura de Amoni traz traços mais realistas, enquanto o Acidum tem uma linguagem mais figurativa e colorida; Mazza trabalhou com os animais, e Capdevilla apresentou uma técnica mais caricatural.
O que aconteceu durante o primeiro festival?
Durante os 12 dias do CURA e da pintura dos painéis, houve uma programação intensa com atividades e conversas paralelas. O trabalho pôde ser acompanhado por uma rede de artistas, e outras pessoas que estivessem interessadas em arte urbana, na base que foi montada na Rua Sapucaí em parceria com a Benfeitoria.
Havia um espaço com um bar provisório que sediou festas, feiras de arte, projeções de filmes e debates que visavam à discussão e ao contato com diferentes olhares sobre a arte urbana.
Além disso, aconteceram duas ações de pintura ao vivo: uma com a artista Criola, e outra do Minas de Minas Crew, composta pelas grafiteiras mais antigas de Belo Horizonte. Uma parede próxima às escadarias do metrô foi pintada por elas.
Um ponto que merece destaque é o fato de o lado histórico do universo do grafite na capital mineira ter entrado em pauta — discussão que foi promovida durante um debate no dia 27 de agosto e contou com Roger Dee, que é DJ e foi um dos primeiros grafiteiros da cidade.
A relação entre patrimônio público e arte foi tema de uma conversa entre o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira; Michel Ferreira, presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG); e os grafiteiros Goma e Onesto.
Quais foram os destaques da edição de 2018?
A edição de 2018 do Circuito Urbano das Artes, o CURA , foi realizada em Novembro, na Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, Região Leste de BH. A rua ganhou um novo colorido, com a criação de arte urbana nas paredes antes cinzentas e sem graça dos prédios da região, formando um grande mural artístico, que fica lindo visto de cima.
Por estar em uma região com vista privilegiada, que oferece uma ampla visão do centro da cidade, a via recebeu em todos os dias do evento o Mirante Cura, que foi um mix de arte e festa. O evento terminou em um domingo, com a presença de DJs e MCs locais.
Quais foram os artistas destaque dessa edição?
Além dos novos murais, os visitantes puderam contemplar a beleza das artes feitas durante as edições anteriores, a pintura de Milu Correch, que se tornou uma espécie de cartão-postal da cidade — a obra mostra duas mulheres nuas e mascaradas, que encanta quem olha de perto.
Entre os painéis de destaque, podemos citar a arte do edifício Chiquito Lopes, que foi feita pela grafiteira Criola, com uma arte cega de 1.365 metros. Já o edifício Amazonas Palace Hotel, traz um mural com inspirações feministas.
Como foi a edição de 2019?
A edição de 2019 trouxe um novo cenário, a Lagoinha, tradicional bairro boêmio da capital, num evento que aconteceu entre os dias 5 e 15 de setembro, com uma programação diversa, que envolveu feira gastronômica, exposições, shows e a criação em tempo real de murais pelos prédios do bairro.
Se nas edições anteriores o destaque ia para o mirante da rua Sapucaí, na Lagoinha, só podem ser vistas parte das intervenções no mirante da rua Diamantina. O benefício disso é o estímulo às pessoas que quiseram conferir todas as obras a passearem pelas ruas do bairro, conhecendo todos os cantinhos.
Como o bairro não apresenta tantas fachadas cegas, quanto os que davam pra ver do mirante da rua Sapucaí, na Lagoinha, o destaque vai para as artes que foram feitas em prédios inteiros e murais de dois bares.
Quais foram os artistas destaque dessa edição?
Entres os destaques do CURA 2019 está a artista Raquel Bolinho, que pintou um edifício na rua Diamantina, em um espaço que dividiu com o artista do bairro, Zé D Nílson.
Já o prédio do Senai, um dos mais icônicos da região, foi trabalhado pelo artista argentino Elian Chalie. Já a brasileira Luna Bastos, que vem diretamente do Piauí, cuidou do espaço que reúne diversas startups, o Órbi Conecta.
Para mais informações sobre as edições anteriores e novidades sobre as próximas, não deixe de curtir as redes sociais do evento além da página oficial do CURA. Além disso, você pode ir nas duas regiões a hora que quiser, para apreciar as obras urbanas de BH. Alugando um carro, você terá total liberdade para explorar cada grafite, sem pressa e com o roteiro que achar melhor.
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Nada melhor do que curtir o melhor da arte urbana de BH, com liberdade e fazendo o caminho que você preferir, não é mesmo?
Qual é a importância do CURA para Belo Horizonte?
Por meio de todos os debates e ações promovidos durante o festival citados neste artigo, podemos perceber a relevância cultural para o circuito artístico de BH, além de ser um projeto que colocou a cidade no cenário mundial de grafite.
Como resultado, temos um espaço com mais cores e grandes obras de arte acessíveis a qualquer pessoa que passar pelas regiões em que as artes estão presentes.
E aí, curtiu saber um pouco mais sobre esse festival que coloriu Belo Horizonte? Então siga-nos nas redes sociais para ficar por dentro de dicas sobre turismo, aluguel de carro e muito mais! Estamos no Facebook e no Instagram.